A OMS e o Ministério da Saúde recomendam que nos primeiros seis meses de vida o bebê receba aleitamento materno exclusivo, pois este alimento fornece todos os nutrientes necessários para seu crescimento e desenvolvimento, além de ser de fácil digestão pelo organismo infantil.
O leite materno apresenta um efeito protetor contra as diferentes infecções comuns da infância. E tem ainda um papel importante no desenvolvimento do vínculo afetivo entre mãe e filho.
Além dos fatores nutricionais e emocionais, o Aleitamento Materno contribui para o desenvolvimento dos padrões musculares, estimula a respiração nasal e o vedamento labial, permitindo o posicionamento correto da língua durante a deglutição. Também auxilia na prevenção de futura alteração na arcada dentária, visto que estimula o crescimento anteroposterior da mandíbula, pois a criança ao nascer tem a mandíbula posicionada mais para trás (retrognatismo mandibular) característico no recém-nascido. Isto vai favorecer o estabelecimento de uma oclusão correta dos dentes decíduos.
Aleitamento Artificial ou Uso de Mamadeira
Na impossibilidade do Aleitamento Materno, o ideal seria a utilização das fórmulas infantis de leite que apresentam uma composição mais indicada à necessidade do lactente, porém muitas das vezes o leite bovino é o substituto mais utilizado.
No Brasil, a complementação do leite com água, chás e sucos adoçados é uma prática comum que acarreta um contato precoce com o açúcar. Em alguns locais muitos bebês tem o primeiro contato com o açúcar no primeiro mês de vida, devido a ingestão de chás adocicado, e por volta do sétimo e oitavo mês todos já tiveram contato com açúcar. Quanto mais precoce o contato com açúcar, a criança aumenta o risco da presença de cárie nessa idade.
O uso de mamadeira deve ser orientado para que se tenha horários corretos evitando uso excessivo. O leite não substitui os nutrientes presentes nos alimentos, portanto não devemos substituir refeições por mamadas. A mamadeira não provoca alteração de oclusão ou posicionamento dos dentes, um hábito para alterar uma oclusão (posicionamento dos dentes) deve ter intensidade e freqüência. Isto não ocorre com a mamadeira. Mesmo quando é dado a mamadeira para acriança deve-se cultivar uma relação de afeto e carinho criando uma intimidade com a criança. A criança não deve receber a mamadeira deitada. Ela deve com a cabeça inclinada, para que o leite não vá para a tuba auditiva e não corra o risco de afogamento.
A recomendação é pelos bicos anatômicos, com orifício pequeno voltado para cima (palato). O tamanho do bico deverá ser compatível com a cavidade bucal da criança. A mamadeira deverá ser utilizada só para o leite e os alimentos oferecidos a partir dos seis meses de idade, deverão ser oferecidos com colher e com consistência pastosa.
A mamadeira não deve ser utilizada como indutor de sono, pois cria o hábito da criança dormir mamando e conseqüentemente a mãe não conseguirá fazer a higiene após a mamada, o que acarretará ao aparecimento da cárie precoce da infância ou cárie de mamadeira.
Dra Lúcia Coutinho
Especialista em Odontopediatria e Odontologia para Bebês