Odontohebiatria é a especialidade dentro da odontologia que é responsável pelo atendimento clínico dos adolescentes. “HEBE” do grego significa JUVENTUDE e esta área está muito ligada e relacionada com a odontopediatria.
O Odontopediatra que atende as crianças desde pequenas, cria um vinculo de confiança, carinho e dedicação com este indivíduo, pois mais do que a execução clinica do atendimento, o fator responsável pelo resultado final do tratamento com o adolescente é a conversa, a relação de cumplicidade e amizade.
A adolescência é uma fase em que o individuo deixa de ser criança, mas ainda não é adulto. É a fase dos questionamentos, da descoberta de um novo mundo e da formação da personalidade. O Odontohebiatra deve saber discernir as angústias, dúvidas e pensamentos do adolescente que vive num mundo diferente, “mundo deles”, e muitas vezes nessa hora o adulto é “ridículo” e não fala a mesma língua deles.
Nessa hora é importante que o adolescente enxergue toda a equipe odontológica como adultos compreensíveis e amigos, que irão dizer o que está certo e o que está errado sem infantilidades ou rodeios.
É importante abordar temas tocantes para os adolescentes, como a estética do sorriso e o mau-hálito que podem influenciar na relação com os amigos e namoradas (os). A halitose para o adolescente é uma questão importante, portanto conseguimos colaboração na higiene de dentes e língua usando isso como estimulo.
Utilizar sempre o reforço positivo, não criticar repetidas vezes e elogiar qualquer sinal, mesmo que leve, de melhora. Devemos abordá-lo de forma elucidativa com orientações e críticas leves, reforçando seu comportamento positivo em outras áreas, trazendo assim, suas qualidades e habilidades para o cuidado com os seus dentes.
A confiança na relação entre o profissional e a saúde do paciente é necessária e de difícil aplicação na pratica, podendo variar de acordo com o estilo, vivências e experiência de cada um. Embora a promessa de absoluto segredo possa render maiores informações, isso pode trazer sérios riscos. Saber que o adolescente dirige bêbado todos os fins de semana é constatar que está pondo em risco sua vida e deve-se dar conhecimento disso aos pais. Sempre que um adolescente estiver sujeito a grande risco, colocando em perigo sua integridade ou sua vida, justifica-se a ruptura da confidência. Assim, desde o início, deve-se informar ao paciente que os segredos serão mantidos, desde que não haja maiores riscos, e caso tenhamos que revelar algum desses riscos aos pais, avisa-se previamente o paciente.
Se de fato o uso é ocasional "para divertir-se" ou em "festas", sem alterações de conduta, o risco não é tão grande, mas o profissional, como adulto responsável e interessado no bem-estar do adolescente, não precisa condenar o uso de forma moralista, mas descrever os riscos para a saúde.
A equipe odontológica que acompanha o adolescente desde sua infância, torna-se um amigo, estabelecendo um vínculo e uma relação de confiança que aumenta as chances de sucesso do tratamento preventivo. A atenção individualizada e o carinho durante as consultas de prevenção, são essenciais para a formação, de uma geração “cárie-zero”.