Por Letícia Félix
Fonte: revista Baby & Cia, ed. 15

Em “Insensato Coração”, a bela Carol (personagem de Camila Pitanga) sofre de uma doença exclusivamente feminina: a endometriose. A síndrome acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva e consiste, resumidamente, na presença de endométrio em locais fora do útero. A doença não é maligna, mas a dificuldade de ter filhos entristece a bem-sucedida executiva da ficção. Uma boa notícia está prometida ao longo da trama: ela será surpreendida com a notícia de uma gravidez inesperada. Esclareça suas dúvidas sobre a doença em pauta na novela das oito.

O que é?

A endometriose ocorre quando o tecido que reveste a cavidade uterina implanta-se fora do útero. O curioso é que, quando a mulher menstrua - a menstruação nada mais é do que a eliminação do endométrio -, fragmentos deste tecido podem caminhar pelas tubas. Então, esses fragmentos podem alcançar a cavidade abdominal, nesta se implantar e crescer sob a ação dos hormônios femininos. Apesar do processo ser igual para todas, só algumas mulheres têm endometriose. Pode-se concluir, então, que sejam permitidos os implantes na cavidade peritoneal por elementos como o sistema imunológico da mulher.

Sintomas

Uma forte cólica menstrual é o primeiro e mais importante sintoma. Mas não pense que qualquer cólica pode ser um sintoma! Dor na relação sexual, dificuldade para engravidar após um ano de tentativas sem sucesso e alterações intestinais durante a menstruação (como a diarreia ou a dor para evacuar). Todos esses sintomas devem ser observados para facilitar o diagnóstico.

Observe o tipo de cólica

Apesar da diferenciação não ser muito clara, a cólica deve ser constante, com certa resistência. Existem casos de endometriose em que a mulher não sofre de cólica. Portanto, é importante que você frequente seu ginecologista. Lembre-se de que a cólica vai embora com remédios e não deve atrapalhar suas atividades normais. As crises também não devem assombrá-la por mais do que cinco anos!

Diagnóstico

Hoje, a endometriose tem múltiplas faces e possibilidades de tratamento. O exame ginecológico é necessário para detectar a endometriose. Por isso, visite seu médico com frequência. Se a doença se assestar no ovário, o ginecologista poderá perceber o aumento dos ovários pelo toque. Se ela atingir a região que fica entre o útero e o intestino, o toque fará com que o médico perceba espessamentos atrás do útero e dores quando ele apalpar esta região. Mas, se a doença chegar ao peritônio (tecido que reveste a cavidade abdominal), ficará mais difícil de detectar pelo toque.

Exames

Existem alguns exames que podem ser feitos: os marcadores sanguíneos, chamados de CA 125; e a ressonância nuclear magnética, que deve ser feita no período menstrual. O método mais preciso para diagnosticar a endometriose é a videolaparoscopia com biópsia das lesões.

Predisposição

Você sabia que as mulheres que moram em grandes cidades com uma rotina estressante têm mais chances de ter endometriose? Isso porque mulheres que desenvolvem a doença, em geral, têm traços maiores de ansiedade e estresse. As condições ambientais e genéticas também favorecem o quadro. Estuda-se que algumas substâncias poluentes, decorrentes de combustão, como as dioxinas, mostram que o fator ambiental não deve ser desprezado. E, por fim, o número de menstruações deve ser considerado para diagnosticar a endometriose.

Não entre em pânico!

Ao contrário do que muitos pensam, a endometriose não é câncer! Algumas pessoas acham que ela pode ter características de doença maligna. Outras temem que ela possa virar câncer, porque o mecanismo das duas é, até certo ponto, semelhante. Mas sabe-se que a relação entre endometriose e câncer é quase nula, em torno de 0,5 a 1% dos casos. Embora o crescimento da doença não tenha consequências letais, ela acaba provocando muitos incômodos. Isso fez com que a doença se tornasse alvo de muitos estudos.

Endometriose
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