Saúde Bucal das crianças, muito além da ausência de cáries
A amamentação natural é essencial, pois o leite materno possui todos os nutrientes que o bebê necessita para o seu crescimento até o sexto mês de vida, além de prevenir doenças, favorecer a respiração nasal e permitir um crescimento harmônico das arcadas dentárias para um correto posicionamento dos dentes. É também o primeiro estímulo para o crescimento mandibular, onde o bebê irá satisfazer, ao mesmo tempo, sua fome e a necessidade emocional de sugar.
As crianças que por algum motivo não recebem aleitamento materno, se alimentam pela mamadeira, que sacia a fome mais rapidamente, diminuindo o esforço que o bebê faz na hora de sugar. Com isto, ele poderá sentir necessidade de excercitar a musculatura da boca mostrando uma tendência à instalação de hábitos de sucção não nutritiva como chupeta e dedo.
As chupetas devem ser utilizadas como pacificadoras, com o intuito de acalmar a criança em momentos de maior agitação. Deve-se vincular o hábito ao sono e evitar o uso contínuo. Quanto mais limitado o uso da chupeta, mais fácil será sua remoção, que deve ocorrer por volta dos 30 meses de idade (entre 2 e 3 anos de idade).
Os modelos mais indicados são os de bicos anatômicos, e de silicone. As chupetas inadequadas têm o formato semelhante a uma cereja e não permitem o correto posicionamento da língua, aumentando os riscos de alterações no posicionamento dos dentes. Além disso, as chupetas devem ser adequadas à idade e ao tamanho da boca da criança. Prefira as marcas de boa procedência.
Na falta da chupeta, as crianças que ainda apresentam a necessidade de sugar, podem desenvolver o hábito de chupar o dedo, um hábito ainda mais difícil de ser abandonado.
A consulta semestral com o odontopediatra a partir do nascimento do primeiro dentinho é fundamental para acompanhar o nascimento dos dentes de leite e avaliar o desenvolvimento da face. Além disso, a mãe receberá orientações sobre higiene, dieta, mastigação e uso mais adequado de mamadeiras e chupetas.
O profissional cria um vínculo de confiança com a criança, que é fundamental para a orientação quanto a melhor forma para a retirada do hábito. Isso deve ser feito de maneira gradativa, respeitando o momento e a individualidade da criança, com muita paciência, carinho e persistência dos pais.
O odontopediatra também irá avaliar a oclusão das crianças por volta dos 4 ou 5 anos de idade. As crianças que apresentam alterações nas arcadas devem ser encaminhadas para tratamento em Ortopedia Funcional dos Maxilares, que visa trabalhar os arcos dentários para receber os dentes permanentes que estão em formação e começam a nascer por volta dos 6/7 anos de idade. Esse tratamento é mais fisiológico e estável e diminui consideravelmente a necessidade de uso de aparelho fixo na adolescência. Com isto temos uma arcada mais equilibrada e harmônica, para que a troca dentária seja mais favorável. Devemos ter em mente que as crianças trocam os dentes, não as arcadas dentárias. Daí a importância de todos esses cuidados.
O Odontopediatra deve acompanhar o crescimento e desenvolvimento das arcadas dentárias e motivar os hábitos saudáveis que irão proporcionar uma melhor qualidade de vida para os adolescentes. Deve promover um sorriso bonito e saudável, buscando uma Geração Cárie Zero, livres de problemas de oclusão e sem medo de ir ao dentista...